segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

OZZY OSBOURNE ■ Blizzard Of Ozz ■ 1980 ■ Inglaterra/Reino Unido [HEAVY METAL/HARD ROCK]

Escolhi esse álbum para iniciar as postagens, pois tem valor sentimental. Hoje não o tenho mais, porém guardo na lembrança ter ido ao bairro de Botafogo aqui no Rio de Janeiro em 1985, para comprá-lo usado através de um anúncio vinculado no Jornal O BALCÃO. A quantia exata que paguei foi Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros), suados que tinha implorado ao meu falecido pai para proporcionar essa alegria a um jovem empolgado de 15 anos, o que seria meu primeiro vinil de Rock ou pelo menos um dos primeiros pois às vezes confundo com a compra do "Frontiers" da banda americana JOURNEY, que também pode ter sido o primeiro; a memória já falha.

Pois bem o disco é uma pérola do ex-vocalista da seminal banda inglesa BLACK SABBATH. Seu primeiro registro após o término de sua passagem por lá, e apesar de não ter o fabuloso Tony Iommy, tem o incrível e jovem Randy Rhoads "esculachando" na sua guitarra.

Vamos ao disco. Nota.: sou péssimo em escrever resenhas portanto compilei várias informações sobre o disco encontradas na internet e que virão a seguir.

Lançado a 20 de Setembro de 1980 pela Jet Records, foi o primeiro de dois álbuns de estúdio que Osbourne gravou com o guitarrista Randy Rhoads, antes de sua morte em 1982. As faixas "Crazy Train" e "Mr. Crowley" foram lançadas como singles em 1980, no mesmo dia que o lançamento do álbum. Nesse ano, “Crazy Train” conseguiu a posição #9 nas tabelas da Billboard e em 2009, o estatuto de 2× Platina. Apesar de ter tido pouca rotação na rádio quando foi lançada, "Crazy Train" tornou-se uma das canções assinatura de Osbourne e ao longo dos anos seguintes uma parte importante das listas de reprodução das rádio de Rock.

Um sucesso comercial, "Blizzard of Ozz" já vendeu mais de 6 milhões de cópias mundialmente, fazendo dele o álbum mais vendido de Osbourne. Foi certificado 4x Platina nos Estados Unidos, um feito que Osbourne só iria conseguir de novo em 1991 com "No More Tears". No Reino Unido, foi o primeiro de quatro álbuns de Osbourne a conseguir a certificação de Prata (60,000 unidades vendidas) pela British Phonographic Industry. Em 2017, foi eleito o 9º melhor álbum de metal de todos os tempos pela revista Rolling Stone.

Em virtude de sua dependência química e alcoólica, vivendo de aparências e contando somente com o tino comercial de sua esposa Sharon Osbourne, recém promovida à empresária que, movida pela necessidade e circunstâncias, conseguiu à duras penas, um contrato para dois discos com um pequeno selo chamado Jet Records.

A gravadora, reticente em disponibilizar uma grande verba ao seu novo contratado, já havia se pronunciado negativamente em relação aos orçamentos e custos de produção, pois Ozzy era tratado como investimento de alto risco devido às inúmeras declarações colhidas junto a crítica especializada e pessoas próximas, que relatavam fatos poucos elogiosos sobre sua última fase de ‘front-man’ no BLACK SABBATH. Ozzy esquecia-se das letras e se apresentava de forma catatônica ao vivo. Mais tarde, isto seria transformado em marketing pessoal, uma verdadeira assinatura artística.

O que era considerado dificuldade para a maioria das pessoas, Sharon Osbourne transformou em oportunidade para o renascimento da carreira do marido e a criação de várias lendas e mitos. Visando uma boa abertura no mercado americano e já influenciados pelo assombro causado por Eddie Van Halen e sua revolucionária técnica na guitarra, Sharon organizou uma audição em Los Angeles afim de recrutar um guitarrista.

Uma lista interminável de bons candidatos ao cargo de ‘guitar-hero’ se dispuseram a fazer o teste mas, atendendo ao apelo de um amigo em comum, Dana Strum, baixista do Slaughter, Ozzy conheceu não apenas um excelente guitarrista, mas um mito. Randy Rhoads, então com 22 anos, a princípio não se mostrava muito interessado em participar da audição uma vez que sua banda QUIET RIOT começava a decolar, mas se rendendo à insistência de Dana e mostrando boa vontade, concordou. Com uma guitarra na mão e um pequeno amplificador Fender na outra, foi apresentado a Ozzy Osbourne. Ao observar suas unhas pintadas de preto, Ozzy perguntou: “Você é gay?”. Randy placidamente continuou a ligar seu equipamento e a afinando sua guitarra num rápido arpejo respondeu: “Eu não!... E você, é?”.

Bastou apenas o aquecimento para Ozzy perceber o real valor de seu novo pupilo. De temperamento dócil e amigável, sempre disposto a colaborar, Randy Rhoads foi uma injeção de ânimo e determinação criativa na carreira de Ozzy, coisa que nunca havia experimentado com seus ex-parceiros. De posse desse trunfo, voltou para a Inglaterra onde arregimentou o baixista Bob Daisley, que acabara de ser dispensado do RAINBOW por Ritchie Blackmore, o baterista Lee Kerslake, ex-URIAH HEEP, e o tecladista Don Airey, com quem já havia trabalhado nas gravações de “Never Say Die”.

O resultado final dessa alquimia foi a criação de nove faixas num álbum que traz o mais puro Heavy Metal clássico que, vendendo 500.000 cópias em apenas 100 dias, consagrou Randy Rhoads como guitarrista revelação na conceituada revista americana Guitar Player, interrompendo o reinado absoluto de Eddie Van Halen e sedimentando de vez a carreira do casal Osbourne nos “mega-business” do Rock’n’Roll.

O álbum foi um grande sucesso, principalmente pelos hits "Crazy Train" e "Mr. Crowley", dois clássicos do Heavy Metal, que mostram toda técnica e talento de Rhoads, e sua principal marca de unir peso e melodia além da grande influência de música erudita. A primeira tem um dos riffs mais memoráveis da música pesada, e um solo inspiradíssimo de Rhoads. A outra com a sua introdução única no teclado, seguida pela voz metálica de Ozzy clamando "Mr. Crowley!" é uma homenagem ao místico e ocultista Aleister Crowley, de quem Ozzy era bastante fã. A canção conta com mais um trabalho brilhante de guitarras, e um solo primoroso, recheado de tapping. Ainda temos a bela balada "Goodbye to Romance" e a polêmica "Suicide Solution" que anos depois renderia problemas para Ozzy, quando a letra da música foi acusada de conter mensagens subliminares que incentivavam o suícidio, o que teria resultado na morte de um jovem de 19 anos, que ouvia a música antes de morrer. Ozzy desmentiu a história dizendo que a letra era apenas uma homenagem ao ex-vocalista do AC/DC, Bon Scott, que morrera devido ao abuso do álcool. O álbum ainda conta com "No Bone Movies", a linda faixa "Revelation (Mother Earth)" que emenda com "Steal Away (The Night)" e seu excelente riff. "Blizzard of Ozz" foi um dos álbuns mais vendidos de 1980 e é um dos melhores trabalhos de toda a carreira do madman. Obs.: com o passar dos anos surgiram algumas versões extendidas de "Blizzard of Ozz" repleta de bônus, incluindo shows ao vivo da época, IMPERDÍVEL!

Tudo, do mais importante ao mais bizarro, que se sucede na trajetória do “Príncipe das Trevas” até os dias de hoje, teve origem a partir do lançamento deste histórico álbum. Enjoy!


Faixas:
01. I Don't Know 5:14
02. Crazy Train 4:56
03. Goodbye To Romance 5:36
04. Dee 0:50
05. Suicide Solution 4:16
06. Mr Crowley 4:50
07. No Bone Movies 3:58
08. Revelation(Mother Earth) 6:09
09. Steal Away(The Night) 3:30
10. You Lookin' Ate Me Lookin' At You (CD Bonus Track) 4:16

PRODUÇÃO: Ozzy Osbourne / Max Norman
Gravado no Ridge Farm Studios em Surrey, Inglaterra em março de 1980

Banda:
Ozzy Osbourne (Vocais)
Bob Daisley (Baixo)
Randy Rhoads (Guitarra)
Lee Kerslake (Bateria)
Don Airey (Teclados)

   

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